O Espadachim de Carvão – Affonso Solano

(Foto: Divulgação)

Conhecido pelos podcasts e vídeos na internet, Solano mostra viagem fantástica em série de livros

Foi-se o tempo que autores brasileiros não eram reconhecidos dentro da literatura fantástica. Muitos nomes já se tornaram famosos nos últimos anos, como Eduardo Spohrleia aqui nossa análise, Raphael Draccon, Carolina Munhóz e Affonso Solano, responsável pela série O Espadachim de Carvão.

Solano é mais conhecido por podcasts e vídeos na internet, então é normal esperar uma postura mais cômica de sua parte e, exatamente por isso, somos surpreendidos de forma tão positiva em seu livro.

A trama acontece em Kurgala, o lar dos Quatro Deuses e também de Adapak, o jovem filho de um deles que cresce com tudo o que quiser ao seu dispor, todo o conhecimento e treinamento disponíveis no mundo. Adapak não deve sair de sua moradia, mas isso muda quando completa 19 anos e um grupo de pessoas invade sua casa e o obriga a sair pelo mundo pela primeira vez para ter uma chance de sobreviver.

(Foto: Editora Leya)

É uma clássica jornada do herói (vamos falar disso futuramente aqui no blog), com o protagonista vivendo uma realidade tranquila, até que é forçado a sair de sua zona de conforto e isso causa mudanças em seu modo de ver as coisas.

Esse formato é tão cativante exatamente porque reflete o que todos nós passamos durante nossas vidas: seja um emprego, um relacionamento, um curso... Em vários momentos da vida somos desafiados a fazermos o que não sabemos e isso traz amadurecimento.

É neste ponto que O Espadachim de Carvão se sobressai: em como nos identificamos com os conflitos, medos e aventuras de Adapak. Apesar de ser filho de um Deus e ter um grande conhecimento técnico, o jovem é ingênuo, por não ter sido criado convivendo com as pessoas do mundo. E, infelizmente, ele aprende da pior maneira que até a pessoa que você ama pode não ser confiável.

Mas o livro não é triste, nem nada assim. Apenas tem uma reflexão sobre o significado dessas mudanças na vida de cada um, principalmente na fase da juventude, onde nós, assim como Adapak, ainda não sabemos bem quem somos ou o que devemos fazer em determinadas situações.

Vale citar que Solano cria um grande universo que serve de pano de fundo para toda a história. Cada detalhe cultura de Kurgala é pensado com cuidado e tem uma justificativa, mostrando a dedicação do autor em criar algo o mais verídico possível.

Solano já lançou o segundo livro, O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur, que também ganhará uma resenha aqui no blog em breve.

(Foto: Editora Leya)


O que posso dizer é que me encantei com a história, com o protagonista... Me identifiquei muito com Adapak e muitas lições que ele aprendeu nas páginas do livro, eu aprendi também.

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