A Menina Que Roubava Livros – Markus Zusak

(Foto: Divulgação)

Morte conta a história de como ela mesma não consegue entender os humanos

Entre os vários livros dos quais já falamos aqui no blog, muitos apresentam futuros distópicos com guerras e situações difíceis. Quem acompanha meus textos sabe que sempre sou sensível a isso e costumo apontar nossa sorte por vivermos em tempos de paz. O livro de hoje, no entanto, vamos tratar de uma guerra que existiu e deixou uma ferida em nossa realidade.

A Menina Que Roubava Livros, escrito por Markus Zusak, conta a história de Liesel Meminger, uma garota de 10 anos que vive na Alemanha exatamente durante o período do nazismo, quando Adolf Hitler cometeu todos os absurdos que aprendemos nos livros de história.

(Foto: Editora Intrínseca)

Liesel vive com sua família em um bairro tranquilo, mas, desde sempre, já demonstra um grande interesse pela leitura. Em sua jornada de roubadora de livros, ela acaba conseguindo algumas publicações por aí, principalmente na grande biblioteca do prefeito da cidade.

Porém, para mim, esse interesse pela literatura não é uma das coisas principais do livro. Acredito que Zusak usou essa característica para ter o gancho de algumas situações, mas seu objetivo principal foi mostrar como foi para uma criança – ainda sem total entendimento de tudo – crescer durante o período da Segunda Guerra Mundial na Alemanha.

Apesar das dificuldades e de todo terror pairando ao redor, Liesel é uma jovem encantadora, que mostra o quanto a infância é um momento mágico de nossas vidas, e como esse momento deve ser preservado. A menina tem uma rotina tranquila com a família, que quase nos faz desejar estar ali também.

O livro também aposta no relacionamento de Liesel com outras crianças de sua idade, incluindo Rudy, aquele eterno namoradinho de infância que todas nós tivemos. Nunca tem seguramos nas mãos deles, mas eles eram especiais.

A Menina Que Roubava Livros é extremamente delicado, gostoso de ler e, preciso dizer, longo também. Muitas passagens são de Liesel em sua rotina. Apesar de servirem para o desenvolvimento da história, não possuem ação nem nada do tipo. É um livro tranquilo para ser lido assim também.

Por último, preciso pontuar a narração do livro. Como mencionei na linha fina, é a própria Morte quem narra essa história. Sim, ela mesmo, a morte. Não um homem, ou uma mulher, ou uma criança. Não sei como você aí imagina a morte (um homem de capa preta e foice? Não sei), mas é essa figura que começa e termina a história.

No meio da Segunda Guerra Mundial, a morte revela o trabalho que tem com a batalha dos humanos, e ainda revela que não entende por qual motivo nós tiramos as vidas de nós mesmos.

Se alguém um dia responder a essa pergunta, acho que seremos mais felizes.

Com essa trama tão delicada, o livro ganhou também um filme, que foi muito preciso ao retratar o sentimento da época e os questionamentos da nossa querida protagonista. Muito ficou de fora, claro, mas a beleza da obra conseguiu sim ir para as telas.


Espero que vocês leiam A Menina Que Roubava Livros e também se encantem por Liesel Meminger. 

Obrigada por nos acompanharem e até a próxima ;)

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