Espada de Vidro - Victoria Aveyard

(Foto Divulgação)

Um novo sangue com poderes inimagináveis. A rebelião não será mais a mesma

Segunda parte de A Rainha Vermelha, Espada de Vidro começa exatamente de onde o primeiro livro terminou. Após ser traída e condenada à morte, Mare escapa com a ajuda da Guarda Escarlate e deverá aproveitar essa segunda chance para fazer justiça e verdadeiramente começar a revolução vermelha.

Levada a Tuck, um dos quartéis generais da Guarda Escarlate, Mare terá a chance de rever a sua família, estar com seu irmão e preparar-se para aquele que será seu principal objetivo: formar um exército de nova sangues e destronar Maven.

Espada de Vidro é um livro cheio de ação e reviravoltas, do começo ao fim. Se na primeira parte, A Rainha Vermelha, a autora nos apresentou a rica e sofisticada sociedade prateada, nesta segunda parte conheceremos um pouco da misteriosa Guarda Escarlate, os rebeldes revolucionários que, ao longo dos capítulos, se apresentam como um grupo extremamente organizado e com ampla influencia.

Victoria Aveyard nos apresenta uma trama bastante ágil, cheia de surpresas, onde os traidores parecem estar sempre à espreita. Com um numero grande de personagens, confesso que houveram momentos em que tudo ficava confuso e eu já não sabia mais quem era quem. Nix, Garret, Cameron, Ada, Ketha, Nanny, são parte dos muitos novos personagens que entram na trama para lutar, lado a lado com Mare por uma revolução que será marcada por muito sangue e lágrimas.

Além desse novo pelotão de novos aliados, Mare contará com velhos conhecidos como seu irmão Shade, Farley, Kilorn e como não poderia deixar de ser, o charmoso príncipe exilado Cal, que por muitas vezes será sua distração e por outras vezes, a sua salvação. A autora aqui nos apresenta mais uma vez um triangulo amoroso, porém, este é um triangulo diferente, obscuro e retorcido já que parte de Mare parece ainda estar ligada à Maven, como se estivesse à espera do doce garoto de outros tempos.

Mare, nessa segunda parte, me resultou ser uma protagonista difícil de tragar. Embora eu ame ler distopias, admito que muitas protagonistas do gênero são relativamente difíceis. Demasiado impulsivas, intento de mártires, teimosas, até mesmo estúpidas, muitas vezes essas pequenas heroínas me tiram do sério até o desfecho final da história. Mare, porém, ultrapassa todos esses adjetivos.


Ela é uma protagonista que não apenas toma decisões impensadas e estúpidas, como também parece ter um lado mal. Por muitos momentos Mare me pareceu egoísta, mesquinha, arrogante e com um certo nível de maldade que me impressionou ao tratar-se exatamente da protagonista. Mare não é altruísta. Ela não tem receios de admitir que sente ódio, que quer vingança. Até ai, compreensível em vista de tudo o que ela passou. Porém, senti um certo desconforto ao notar em vários capítulos a frieza da personagem até mesmo com os seus.

(Foto: Editora Seguinte)

A autora é bastante ousada ao trazer-nos uma protagonista com um lado nitidamente obscuro, e acredito que essa ousadia torna essa série interessante. Admitamos, se Mare fosse exatamente a boa moça como tantas outras protagonistas, que diferencial encontraríamos nessa série? Essa dualidade na personalidade de Mare coloca no leitor dúvidas sobre o caráter da personagem e nos instiga a esperar qualquer coisa de Mare nas próximas continuações e isso garante muita expectativa para o que Victora Aveyard nos trará.

Quanto aos outros personagens, senti falta de Maven e Evangeline. Esses dois personagens que tiveram tanto destaque na primeira parte, são bastante secundários nessa segunda parte. Evangeline apenas é citada, e Maven aparece pouco, porém seus momentos são sempre impactantes. Temos muito de Cal que, admito, não é meu herói favorito e conheceremos melhor à outros personagens como Shade e Farley que, ao meu ver, foram os melhores personagens do livro e se tornaram os meus favoritos.

A trama é alucinante, com momentos imprevisíveis que prendem o leitor. Apesar de ser um libro bastante grande, consegui ler rapidamente, já que as constantes reviravoltas na historia mantém o interesse do leitor durante toda a trama. 

O final inesperado e assustador me deixou muito ansiosa à espera da sua terceira parte. Victoria Aveyard finaliza essa segunda parte nos garantindo uma continuação que nos deixará com arrepios. Resta agora esperar, impacientemente, por 2017 para sabermos mais dos caminhos de Mare Barrow, Maven e toda uma legião de novos heróis prontos para lutar, vermelhos como o amanhecer.

Resumindo, Espada de Vidro, a segunda parte de A Rainha Vermelha, é uma trama muito bem escrita por Victoria Aveyard que nos apresenta uma protagonista de caráter duvidoso, cenas de ação intensa, reviravoltas de arrepiar e traições que deixarão o leitor mais intrigado à cada capítulo. Com um final de tirar o fôlego, a autora nos apresenta uma trama que, apesar de não ser totalmente original, consegue prender o leitor e deixar-nos ansiosos por sua continuação.

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