(Foto: Divulgação HBO)
Livro toca em assuntos comuns da literatura, porém de forma
mais adulta e difícil
Problemas no casamento, dificuldades na criação dos filhos,
reuniões de amigas, encontros não desejados com o ex-marido... É possível dizer
que as situações descritas acima fazem parte da vida de muitas mulheres (e
homens) e, exatamente por isso, são comuns na literatura. Pequenas Grandes
Mentiras, livro de Liane Moriarty, toca em todos esses assuntos, porém de forma
mais adulta e um tanto quanto difícil.
Na trama acompanhamos a história de três mulheres: Madeline
é como a abelha rainha de sua pequena comunidade à beira-mar. Espirituosa,
briguenta e cheia de si, ela não vê problemas em arranjar uma discussão quando
não concorda com algo e dificilmente baixa a cabeça. Seu único ponto fraco é
Abigail, filha de seu antigo casamento com Nathan. Madeline agora tem outro
marido, Ed, dois filhos com ele e está feliz. Mas jamais se esqueceu do
abandono de Nathan e vê-lo diariamente com sua nova esposa não ajuda nada.
Celeste, melhor amiga da Madeline, é aquela que tem a vida
perfeita: linda, casada com um homem incrível, rica e com filhos gêmeos. Porém,
ao contrário de Madeline, Celeste é distraída, parece viver no mundo da lua de
seus pensamentos e tem muito mais a esconder do que os leitores imaginam.
Fechando o trio de protagonistas há Jane, uma mãe solteira
que acabou de se mudar para a cidade e já começa a enfrentar problemas na
escola com o filho. Jane é também uma das personagens mais misteriosas da
trama: pouco sabemos sobre seu passado, que é revelado aos poucos. Porém ela
mostra desde sempre ter algum trauma e segredo escondidos.
(Foto: Editora Intrínseca)
Começamos Pequenas Grandes Mentiras sabendo que alguém foi
morto em uma das festas beneficentes da escola. Não sabemos quem, não sabemos
como. A narrativa de Liane Moriarty se torna totalmente atraente por misturar
falas do futuro – após a morte – com momentos no presente e no passado. Pouco a
pouco vamos conhecendo a história dessas mulheres, que lidam com diversos
problemas no dia a dia, e começamos a imaginar quem morreu e quais as
circunstâncias em que isso aconteceu.
Exatamente por começar a história já estabelecendo que uma
morte ocorreu, Moriarty consegue criar uma trama muito mais adulta. Aqui não há
medo de ameaças. A “vida perfeita” que todos parecem ter não passa de fachada.
Interessante notar como muitas mulheres e homens acabam fazendo isso em suas
vidas reais: todos temos problemas em casa, com a família, ou com os filhos.
Mas dificilmente queremos que os outros saibam. Nas redes sociais, nas
conversas de bar, a vida sempre está perfeita, por mais que não esteja.
Por fim, a autora chega ao final do livro com a grande
revelação, e de fato vale a pena esperar. Uma pena que no final não há o espaço
claro para uma continuação, mas vale a pena continuar ligada no trabalho da
autora, também responsável por títulos como O Segredo do Meu Marido. Pequenas
Grandes Mentiras é daqueles livros que você começa, e não consegue largar até
terminar.
Ah, e o livro está sendo adaptado atualmente para a TV com
um elenco incrível, na série Big Little Lies da HBO, e os produtores já
prometeram mudanças em relação à publicação. É esperar para ver.
Eu também acho que o elenco é incrível! Minha favorita foi Laura Dern. A série é uma das melhores que ela fez até agora. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Também desfrutei muito da atuação nos seus Laura Dern filmes no ano passado como The Tale. Cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção e muito bom filme. Também é muito interessante. Se alguém ainda não viu, eu recomendo amplamente, vocês vão gostar com certeza.
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