A Casa de Vidro - Anna Fagundes Martino
Flores não crescem do nada - ou crescem? Para Eleanor, era o mistério que não conseguia responder: qual era o truque daquele jardineiro contratado para cuidar da estufa em sua casa e que transformara o lugar em uma floresta imaginária. Sebastian, o tal estranho, parece um homem como qualquer outro - exceto pelas perguntas desconcertantes que faz, ou pelo fato de que as plantas obedecem seus comandos de maneira muito intrigante.
A história conta as perspectivas de Eleanor, Ainda jovem, adulta e em sua velhice e a relação dela com uma estufa para flores feita em aço e vidro e com o jardineiro que chega para trabalhar na casa.
Esse jardineiro é uma pessoa deslocada, de hábitos estranhos, ingênuos ou abobados dependendo de quem olha, mas, o que mais intriga, é a capacidade dele de fazer o jardim florescer de forma além do natural, praticamente mágica...
A história flerta o sobrenatural e não deixa muito claro
como ocorre a relação entre eles. Mas não precisa. Isso porque o forte do livro
é a experiência da leitura, que aguça os sentidos com imagens, sons e perfumes
diversos. O cenário é composto apenas por um casarão e uma estufa, mas não
sentimos falta de mais nada.
(Foto: Editora Dame Blanche)
A casa de vidro é um livro curto. Tem 78 páginas e pode ser classificado como uma noveleta. Por ser uma história curta, pouco maior que um conto, é
claro que não há espaço para maior profundidade, seja de acontecimentos, seja
de personagens, mas não senti falta de conhecê-los melhor. Acredito que a
autora colocou tudo o que era necessário.
A Casa de Vidro tem tudo para ser uma boa história, é bem
escrita, possui situações-problema que rendem muito em termos de enredo, os
personagens são misteriosos, há romance proibido e uma alternância entre
passado e futuro que, particularmente, acho fascinante.
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