Baseado no
roteiro do filme de mesmo nome, Valerie é a ovelha negra de seu povoado.
Enquanto as moças aprendem a cozinhar e cuidar dos maridos, Valerie não
consegue se imaginar em uma vida doméstica, principalmente por cozinhar mal.
Separada de seu melhor amigo de infância, Valerie cresceu sozinha, morando num
vilarejo assombrando por um Lobo que ninguém conhece muito bem, só sabem que
nunca podem se esquecer de deixar a oferenda, principalmente em dias de Lua de
Sangue. Até que algo trágico acontece e todos queixam que o acordo com o Lobo
não é mais confiável.
Valerie é a protagonista, mas a
autora muda o foco para outras cenas, mesmo que ela não apareça. Valerie é
diferente de todos e em certos momentos acha que nasceu no lugar errado, pois
simplesmente não se enquadra. Enquanto todos aceitam a submissão imposta,
Valerie não acha justo, e isso a faz alvo de muitas fofocas. Ela tem muita
força de vontade, tenta ser firme e determinada, embora tenha que aturar
comparações, incluindo dos pais, com sua irmã caçula perfeita.
Peter era o melhor amigo de
Valerie até ter de viajar com o pai e só volta quando está quase adulto, por
isso não consegui conhecê-lo muito bem e apesar de ser muito importante na
história, o mais próximo que chegamos dele são as lembranças de Valerie e
algumas poucas cenas. Henry foi um personagem bem vago para mim, pois
atrapalhou em certos pontos e meu sentimento por ele foi de raiva no início à
pena no final. Father Solomon me enganou muito! Eu pensei que ele fosse à
salvação de todos os problemas, embora tenha contribuído com informações valiosas.
Há várias garotas 'amigas' de Valerie e o única coisa que gostei nelas foi a
personalidade definida de cada uma.
O livro é bonito e a história
me instigou muito até chegar ao final, que a propósito, não está no livro! Na
última página aparece um URL e é lá que conta quem é o Lobo e o que acontece
com os principais. Não é uma história ruim e eu achei um tanto "gótico
disfarçado de chapeuzinho vermelho" e cheguei a um ponto onde o único
detalhe interessante era descobrir quem era o Lobo e só.
Christine sofreu
um grande trauma, e isso acabou tornando-a amnésica. Além de não conseguir
fixar memórias recentes, há uma lacuna de vários anos, anteriores ao acidente,
dos quais ela não consegue se lembrar. A cada dia ela precisa que Ben, seu
marido, explique o que aconteceu com sua vida. No entanto, cansada de sua
situação e sem que seu marido saiba, ela começa a ver um médico que a aconselha
a escrever um diário. Todos as manhãs Christine lê o diário. Todas as noites
ela escreve o que aconteceu naquele dia. Até que se depara com essas quatro
palavras: "Não confie em Ben". Mas como não confiar na única pessoa
que está ali por ela?
Christine está perto dos 50
anos, porém, pela falta de memória, e apesar do reflexo no espelho, ela se
imagina no auge de seus 20 anos. Isso me incomodou um pouco, mas considerando
que a personagem é amnésica, é um fato que pode-se relevar. De resto, ela é
confusa, insegura, e tudo o mais que pode-se esperar, mais uma vez, de uma
personagem com essa doença. Não vou dizer que não gostei, ela apenas não
me conquistou.
Ben, marido de Christine, é um
personagem criado para ser o suspeito. Desde o início ele parece esconder
alguma coisa. E o fato de o texto na contra capa já revelar que ela não deve
confiar nele, não contribui para que o desfecho do livro seja surpreendente.
Dr. Nash foi o personagem de quem mais gostei (e isso não tem nada a ver com
minha fixação por médicos, ok?). Ele estava lá para ajudar Christine a
descobrir a verdade sobre o que lhe aconteceu. Sem mentiras e sem
confusões, é o personagem mais concreto da trama.
O livro não é dos melhores, mas
é extremamente envolvente, tanto que o li em duas noites e gostei muito. Não é
perfeito, apenas isso. Acho que para um livro de estréia ele é ótimo. Os
personagens pouco cativantes são perfeitamente "perdoáveis". Acredito
que o maior problema mesmo, é que as coisas se resolveram muito rápido no fim,
e o livro acaba meio "do nada", deixando o leitor curioso para uma
continuação que não existe.
No mundo de Jason
Dessen, ele é um professor de física numa faculdade, talvez um pouco frustrado,
mas que não se arrepende das decisões que tomou para ficar com sua esposa e
filho. Numa noite, voltando de um bar, Jason é sequestrado, levado para um
galpão abandonado e deixado inconsciente para acordar rodeado de pessoas que
ele não conhece, em um lugar em que ele nunca esteve. Mas todos parecem
conhecê-lo e estarem ansiosos por sua volta. Aos poucos, ele descobre que para
aquelas pessoas ele é Jason Dessen, gênio da física quântica e responsável por
uma das maiores descobertas da humanidade. Agora tudo o que Jason quer é
encontrar uma forma de voltar para casa e para sua família, mesmo que isso
pareça impossível quando ele descobre que esse pode nem ser o seu mundo.
Matéria Escura é um livro muito esquisito e muito bom! Desde o início
da leitura, tudo o que você quer fazer é continuar lendo para saber o que está
acontecendo. É uma história que prende o leitor e faz com que ele se
divirta apenas criando teorias sobre o que está acontecendo enquanto lê. E
quando finalmente conseguimos colocar as peças juntas, tudo fica ainda
melhor! Mesmo sendo um livro com muita coisa sobre física quântica, é bem
simples acompanhar a história, já que o autor se preocupou em explicar essas
coisas para todos nós que não entendemos nada do assunto. Acaba sendo tudo
muito interessante e também um pouco assustador imaginar todas aquelas
possibilidades. Os acontecimentos finais são do tipo que deveriam ser
previsíveis, mas que acabaram me pegando completamente de surpresa, e foi
uma loucura maravilhosa acompanhar tudo.
É fascinante acompanhar a
jornada de Jason. Apesar dos elementos de ficção-científica e até mesmo
thriller, o livro nada mais é do que a busca de um homem por sua família, e ele
faria de tudo para tê-los de volta. Toda essa determinação de Jason foi
crucial para deixar a história ainda mais envolvente, porque o envolvimento
emocional do leitor com o que está acontecendo é o que faz a experiência de
leitura valer a pena no final das contas. Amanda também é uma personagem bem
interessante que conhecemos ao longo do caminho, que me deixou um pouco
desconfiada no início, mas foi ganhando minha simpatia aos poucos.
Apesar de serem a grande motivação do desenvolvimento da história, não ficamos
sabendo muito a fundo sobre Daniela e Charlie, esposa e filho de Jason. Sabemos
que ela também abriu mão de sua carreira como pintora para cuidar do filho, e
que eles têm uma ótima relação, mas ainda faltou algo que fizesse com que eu me
importasse diretamente com eles, não apenas com a questão de Jason querer
encontrá-los.
Esse é um livro estranho, que
vai virar sua cabeça enquanto lê, te deixar entusiasmado com a história que
está se desenvolvendo e até fazer com que você queime alguns neurônios, mas
isso é uma coisa boa. Se você gosta de ficção-científica, thriller e universos
paralelos, definitivamente deveria dar uma chance.
Hannah Baker
cometeu suicídio e deixou 7 fitas cassete endereçadas à 13 pessoas, cada lado
das fitas revelando qual a parte delas ao fazê-la tomar essa decisão. Esse
livro sempre mexeu muito comigo desde a primeira vez que o li e esses
sentimentos sempre voltam cada vez que o leio, por isso é um dos meus
favoritos. É um daqueles livros que te faz olhar as pessoas a sua volta de
forma diferente, te faz repensar seus atos, te faz querer ajudar alguém. A vida
de Hannah virou uma bagunça quando ela teve seu primeiro beijo e vários boatos
infundados surgiram a partir daí. Como a própria Hannah diz, é o efeito bola de
neve, uma coisa não teria acontecido sem a outra. "Tudo afeta
tudo".
No quesito literário, é um livro intrigante e instigante, que lemos muito
rápido porque queremos saber todos os motivos de terem feito a vida de Hannah
descer ladeira abaixo, o que realmente a fez se matar. Já li muitos comentários
de pessoas dizendo o quanto esse livro salvou a vida delas, então, sim, esse é
um livro para pessoas que estão sofrendo como a Hannah, e esse é um livro para
as pessoas ao redor terem mais consciência dos seus atos e também prestarem
atenção naquele colega que era super pra cima e de repente teve uma mudança
brusca de comportamento. Essa mudança teve um motivo, e simplesmente ter alguém
com quem se abrir sem receios faz uma diferença enorme.
Quanto mais nós e Clay vamos
descobrindo sobre Hannah, mais desejamos que no final das contas tudo tenha
sido um mal entendido e ela ainda está viva. Também conhecemos bastante sobre
Clay, e ele me irritava em alguns momentos, mas de todos os personagens que
conhecemos ao longo da trama, ele e o Tony definitivamente mereciam o título
que tinham, o "garoto bonzinho", o garoto legal que nunca fez nada de
errado. Temos dois paralelos, uma garota que não merecia a reputação que tinha,
e um garoto que merecia a sua. A Hannah que não foi destruída pelos atos
maldosos dos outros era uma garota incrível, que poderia facilmente ser minha
amiga. A outra também, porque eu gostaria muito de poder ajudá-la.
Esse é um daqueles livros que
fica com você mesmo depois de terminar a leitura. Talvez, seja uma história que
você levará para a vida. Para mim é daqueles livros que sempre que me lembro de
alguma passagem eu já sinto meu coração apertado e uma vontade enorme de
chorar, de novo vem aquele desejo que tudo tivesse acabado de forma diferente.
SÉRIE
A série tem várias diferenças
em relação ao livro, mas todas elas funcionaram muito bem na trama, sem tirar a
essência da história, apenas adicionando detalhes importantes. Cada episódio é
dedicado a um lado das fitas, e isso possibilitou com que os personagens que
não conhecíamos muito bem nos livros, além do que a Hannah dizia sobre eles nas
fitas, fossem explorados.
Eu gostei muito de ver as
reações de todos após terem ouvido as fitas da Hannah, apesar do
"mistério" que eles estavam tentando acobertar. Muitas pessoas
reclamaram do Clay da série escutar as fitas aos poucos, mas achei isso bem
condizente com a personalidade que deram a ele na série. Você consegue ver
claramente que ele tem ansiedade, é um garoto mais retraído e que estava
ficando perturbado toda vez que ouvia uma das fitas.
Como o universo da série
expandiu mais o elenco de personagens, queria destacar aqui a mãe da Hannah,
que teve uma atuação maravilhosa da Kate Walsh durante a série inteira, e o
papel bem maior do Tony durante a trama, e ele acabou sendo um dos meus
personagens favoritos. A série tratou todos os temas abordados na história
(bullying, assédio, machismo, estupro, suicídio) de forma bem crua e visceral,
tanto que vocês já devem ter visto por toda parte (mesmo quem ainda não
assistiu) que as cenas dos estupros e do suicídio foram mostradas na íntegra,
com um aviso antes dos episódios começarem de que seria mostrado esse conteúdo.
O que tem gerado mais
discussões por aí é a cena do suicídio, alguns dizendo que "glamourizaram"
esse acontecimento, e outros que foi exatamente o oposto, e eu sou da segunda
opinião. A cena inteira mostra o quanto aquilo é feio e doloroso, eu consegui
me sentir no lugar da Hannah e foi horrível toda aquela sensação. Além de tudo,
o momento em que a mãe dela a encontra foi uma das cenas mais desoladoras e
desesperadoras que eu já vi. Então não, não acho que a série glamourizou ou
romantizou o suicídio em momento algum.
Veja abaixo o teaser da 1ª temporada de 13 Reasons Why
Gostei tanto da
trama que devorei todas as suas 450 páginas em um dia! O Ceifador tem uma
trama extremamente envolvente, com personagens carismáticos e um mundo
diferente, porém ainda assim realista.
Em um mundo utópico onde quase
não há morte ou crimes e a humanidade é comandada pela Nimbo-Cúmulo, uma
inteligência artificial que vê tudo e sabe tudo, a Ceifa foi uma organização
criada com o dever de cuidadosamente "coletar" (matar) alguns
indivíduos para controlar o aumento populacional. Apesar de os protagonistas,
Citra e Rowan, não terem escolhido fazer parte da Ceita, eles logo se encontram
no meio de muitas tramas políticas e perigos que provam que não se pode mudar
todos os seres humanos. O treinamento dos jovens é extremamente interessante e
o autor vai explicando o mundo aos pouquinhos, conforme a trama avança.
Eu me senti entretida do
início ao fim e honestamente não esperava nenhuma das reviravoltas que
aconteceu, então esse livro praticamente não teve defeitos. Citra e Rowan são pessoas
muito diferentes. Ambos ainda são adolescentes, porém Citra é uma garota com
uma família amorosa, com um forte senso de dever e parece uma daquelas pessoas
que você sabe que terá uma boa vida. A protagonista demonstra sua coragem de
diversas formas e gostei de sua honestidade e da maturidade que se desenvolveu
rapidamente.
Adorei a maneira como Rowan conseguiu transformar sua teimosia em uma de suas
maiores qualidades, e na leve confiança que ele demonstra sobre o mundo. É o
tipo de pessoa capaz de quebrar a cara diversas vezes e ainda assim acreditar
no melhor, mas não de uma maneira ingênua. Ainda, Rowan é provavelmente o
personagem que mais muda ao longo da trama, porém o autor conseguiu manter sua
essência.
Os ceifadores são incríveis! Alguns ainda nem completaram 25 anos, enquanto
outros já passaram de 200.
A maioria, entretanto, demonstra uma sabedoria que
vem com a árdua profissão de tirar vidas. Faraday, o mentor dos protagonistas,
é extremamente astuto e cria ensinamentos que conseguem ser, ao mesmo
tempo, brilhantes e enfurecedores.
É um livro que você realmente
pode ler de uma só vez, sem se cansar. Pelo contrário, vai ficar desejando
mais. Eu me interessei muito pelo mundo distópico original, pela organização
dos ceifadores e pelas intrigas políticas. Mal posso esperar pelo próximo
livro, que promete ser ainda melhor, mas um ponto forte de O Ceifador é que ele
tem um fim completo e pode ser lido como um livro único se você desejar.
Antes de dar a
minha opinião, um pequeno recado: vi muita gente criticando o livro por motivos
que não fazem sentido pra mim (apontando racismo e etc.), então nem vou entrar
nesse assunto porque não vi nada disso no livro e acho que essas pessoas estão
querendo procurar coisas para reclamar.
Agora, quanto à trama, eu gostei bastante do livro! Vou assumir que estava um
pouco cautelosa, porque li muitas críticas e o livro realmente começa bem
confuso e até meio monótono. Mas se você tiver um pouquinho de paciência,
para que a autora possa introduzir todo esse universo que ela criou, a trama
vai ficando cada vez melhor até terminar em um turbilhão de emoções e cenas
incríveis.
O livro se passa em uma galáxia fictícia, e seus habitantes tem certas
habilidades especiais, porém logo tudo isso se torna natural na trama. Você
pode esperar muitas reviravoltas, política complexa e intrigante, rebeliões
inspiradoras e, é claro, o melhor tipo de romance lento. O ritmo vai e volta,
sendo mais agitado em certos trechos e calmo em outros, mas tudo planejado para
fazer o leitor se envolver com os personagens.
Akos tem uma transformação
palpável do início ao fim do livro, indo de um garoto medroso a um homem
completo, que sempre precisa fazer o que é o certo e tentar proteger àqueles
que ama. Ele foi um bom personagem, porém não chegou aos pés de Cyra. Cyra é difícil de descrever. A garota é simplesmente incrível, possuindo uma força
emocional e perspicácia que fizeram com que eu me apaixonasse por ela. A
protagonista tinha aquela qualidade rara de sempre chamar a atenção, mesmo que
não estivesse fazendo nada de especial, e criar momentos únicos.
Gostei da maneira como a autora deu bastante espaço para as famílias dos
personagens. Cada um possuía um dom e um futuro certo, e foi interessante
observar como eles aceitavam ou tentavam lutar contra isso com todas as forças.
Ainda, alguns personagens que pareciam sem importância no início foram se
revelando e tendo papéis surpreendentes conforme a trama avançava.
Não é um livro perfeito e é
necessário ajustar as expectativas, porém foi um ótimo início e eu adorei esse
mundo novo criado pela autora e a jornada de Cyra e Akos tentando desafiar seus
destinos.
Julia é mãe de
família e fotógrafa nas horas vagas. Vive com seu marido e filho de uma forma
bem tranquila e pacata. Até a morte de sua irmã, Kate.
Ela é encontrada morta em um
beco com todos os pertences e sem nenhum sinal de abuso. Apenas um machucado
grande em sua cabeça, provavelmente, o motivo da morte. Aos poucos, entendemos
que o filho de Julia, é na verdade filho de Kate, mas não sabemos o motivo para
que ela tenha deixado a irmã adotá-lo. Só sabemos que é um assunto delicado
entre as duas, que estavam brigando muito pela guarda do garoto.
Mesmo assim, o choque da morte
da irmã é forte demais para Julia conseguir lidar. Ainda mais com o fato de que
a polícia não parece estar investigando com afinco... E é por isso que ela
decide tentar fazer sua própria investigação.
Usando as senhas de Kate, ela
descobre que a irmã tinha uma vida sexualmente ativa e impressionante. Ela
mantinha vários perfis em sites de namoro e se encontrava com alguns homens. E
se não se encontrava, tinha o hábito de fazer sexo virtual com muitos deles.
Agora, Julia estava na dúvida do que era mais chocante: descobrir essa outra
vida da irmã ou o fato de sua morte ter passado há alguns meses e ela ainda não
ter conseguido superar nenhum pouco.
Por isso, ela coloca na cabeça que um daqueles homens é o assassino de Kate.
Mesmo com a polícia investigando isso e olhando todas as contas, ela ainda acha
que vale a pena criar um perfil e conversar com alguns deles. Só para o caso de
alguém confessar alguma coisa ou falar algo que tenha a ver com a irmã.
E é ai que ela descobre uma
outra vida. Um dos homens com quem Kate falava é lindo e atencioso. Como deixar
isso lado? Aos poucos, Julia vai se entregando ao desconhecido e ao novo mundo
da internet. As coisas avançam aos poucos e quando se vê, já está presa à um
relacionamento virtual com uma pessoa que ela nunca conheceu pessoalmente...
Até ele contar que está na cidade à trabalho e que adoraria encontrá-la.
A partir disso, a vida dela se
transforma. Ela se transforma. A questão agora é se descobrir e tentar entender
o que acontecia com sua irmã. Viver uma vida que não era a sua. Só que isso
pode trazer consequências fortes para sua vida e seu filho. Sem falar das
traições e dos segredos que vem a tona conforme sua própria vida vai virando um
segredo.
O livro é dividido em cinco
partes. Preciso falar que as primeiras três são meio paradas e não acontece
muita coisa. Claro, acontece isso que eu acabei de descrever acima, mas não é
nada que te prenda loucamente. Eu até achei que a trama ia ficar só em cima
disso e acabar de um jeito bem idiota. Mas não.
Aos poucos, os problemas
começam a aparecer e eu comecei a ficar nervosa e tensa conforme lia. Em alguns
momentos achei Julia meio burra, mas isso deve acontecer com as pessoas. Acho
que como ela era muito fechada para o mundo, quando uma novidade dessa bateu em
sua porta, ela ficou fascinada e acabou esquecendo de algumas regras básicas da
vida.
Conforme as coisas foram se
esclarecendo, foi ficando ainda pior. Eu li praticamente o livro inteiro dentro
do ônibus. A mulher que estava ao meu lado, deveria estar me achando uma louca,
pois eu fechava o livro. Balançava a cabeça. Abria de novo. Continuava lendo.
Parava de novo e ficava incrédula com o que estava acontecendo. Juro, eu senti
junto com o livro e quando percebi estava totalmente imersa na estória.
O final me deu um pouco de
raiva. Não pelo que acontece, mas eu já disse aqui que odeio finais que deixam
reticencias para você pensar o que quiser. Eu quero um ponto final e uma
explicação. A explicação vem, mas o ponto final estou esperando até agora.
Agora, com tantos pontos
negativos, como eu posso ter dado quase cinco estrelas? Porque ele me pegou de
jeito. Porque é muito real. São coisas que podem acontecer com qualquer pessoa.
Claro, um pouco exagerado em algumas partes, mas acontece!
Ah, e não pensem que a trama só fica nessa parte da Julia descobrir esse novo
mundo virtual de namoros e segredos, porque o problema é bem pior e conforme as
páginas vão passando, mais problemas e rolos aparecem! No final você está
roendo as unhas para descobrir logo o que realmente aconteceu!
Eu super indico! Vale a pena
lutar com o começo do livro para chegar às partes boas.
Imagine receber
a notícia de que a sua vida e a de outras pessoas estão ameaçadas e confinadas
à morte devido a um asteroide em rota de colisão com a Terra. Esse não é um
daqueles avisos que você espera receber um dia, no entanto, foi justamente isso
que aconteceu no livro Até o Fim do Mundo, escrito pelo músico e escritor,
Tommy Wallach.
Nesta trama iremos conhecer
quatro adolescentes que viram suas vidas encurtadas diante de uma trágica
notícia: um asteroide, Ardor (ARDR-1398) como foi chamado, tem 66,6%
de chance de atingir a Terra e acabar com boa parte da vida como conhecemos. A
partir deste momento, uma busca por seus verdadeiros Eu começa, assim
como o caos nas cidades, como mortes, assaltos, incêndios criminosos, saques em
comércios, abandonos e a busca da união de familiares durante esse curto
intervalo de tempo. Porém, se não fosse esse acontecimento, eles provavelmente
jamais iriam se tornar amigos, apesar de todos estudarem na mesma escola, a
Hamilton, localizada em
Seattle. Alguns valores irão ser
colocados no chão e outro irão ser impostos na vida de todos, seja o amor, a
amizade e até mesmo o ódio, fazendo muitos repensarem as suas ações e escolhas
diante da morte. Até o Fim do Mundo foi uma
daquelas leituras que te surpreende logo nas primeiras páginas, mas ao mesmo
tempo é um daqueles livros que você mantém uma relação de amor e ódio. A trama
em si carrega um grande potencial filosófico, uma vez que, em certos momentos,
ela nos faz pensar acerca de algumas questões pertinentes do nosso cotidiano,
como a vida, a morte, os valores individuais e coletivos, dentro outras coisas.
Entretanto, muita dessa potencialidade que vi não foi totalmente aproveitada,
já que em um certo momento a história acaba adentrando um plot um
tanto quanto exaustivo e que não acrescenta em nada na experiência como leitor.
Não que isso tenha sido um ponto negativo, pois entendo a devida necessidade do
autor em mudar um pouco o tom naquele momento, assumindo assim o romance, que
aqui se fez na figura do famigerado triângulo amoroso, o que pode ou não
irritar algumas pessoas.
Ao contrário do que algumas
pessoas pensam, a ideia deste livro não é mostrar o caos em si, mas pontuar
questões simples do dia-a-dia e que podem ou não serem intensificadas diante de
uma tragédia. Desta forma, Tommy estrutura boa parte da sua história sob os
pilares de pensamentos como: tentar fazer a diferença, você pode
tomar suas próprias decisões, escolher seus caminhos e não deixar a vida
escolher para você, dentre muitos outros que nos fazem pensar sobre nós mesmos.
Apesar disso, ele ainda consegue mostrar para o leitor a dimensão do caos
instalado nas cidades, focando mais em Seattle, cidade onde a trama se passa,
expondo as situações políticas e de sobrevivência, como a racionalização de recursos
alimentícios e de combustíveis, a implantação da Lei Marcial e algumas regras a
serem seguidas pela população.
Algo que chamou bastante a
minha atenção foi o desenvolvimento dos personagens principais e alguns
secundários, que foi feito de uma forma tão rica que ficou impossível não
sentir seus dramas. Suas personalidades são extremamente contrastantes. Peter é
um atleta que passa a refletir sobre seu futuro e suas escolhas. Eliza é uma
fotógrafa excluída do meio social devido a um acontecimento envolvendo ela e
Peter, o que, juntamente com a doença do pai, deixou-a mais dura e entorpecida.
Andy, por outro lado, é uma daquelas pessoas que não ligam para o dinheiro,
fazendo o que bem entende e sendo um pouco revoltado com a vida. Anita (a que
mais gostei), cujo sonho era ser cantora e independente, vê seus sonhos sendo
quebrados pelos seus autoritários pais, principalmente seu pai que a vê como
mais um de seus investimentos, por isso ela segue a linha "certinha de
ser" e tudo que ela fez até o momento foi para dar um retorno aos
investimentos do pai.
Em Águas
Sombrias, é um thriller que vai tentar confundir sua cabeça de todas as formas.
A narrativa é feita tanto em primeira quando em terceira pessoa através
de dez personagens distintos, além dos trechos do livro que estava
sendo escrito por Nel. De início a quantidade de nomes e ligações assusta, mas
não é algo que venha a prejudicar a leitura. Ainda assim, é extremamente
desnecessário. Nos primeiros capítulos todos demonstram para o leitor que
sabiam muito mais do que estavam dispostos a contar. Aqueles que não se achavam
culpados pelo ocorrido, tinham questões mais antigas que não gostariam que
viesse a tona.
Os capítulos são curtos, alguns não passando de três páginas, o que deixou a
leitura mais dinâmica. A escrita da autora é bem gostosa de ler, mas apesar de
ter ficado curiosa para desvendar o mistério dessa morte e de outra que
aconteceu recentemente, não era algo que me consumia quando eu não podia ler.
Não li o primeiro livro da autora, mas ouvi inúmeros elogios sobre sua
narrativa, e achei a trama de A Garota no Trem muito inteligente quando
assisti. Então sim, eu esperava muito mais.
A história não é
ruim, só é fraca. A história é dividida em três partes que poderiam ser
resumidas da seguinte forma: a primeira é uma apresentação dos personagens e
suas ligações, a segunda é quando a investigação começa de forma mais efetiva e
a terceira é o desfecho da história. Vários desses personagens começam a contar
suas histórias de forma paralela, o que trás a tona o suicídio de Katie. Se
eles estão ligados ou não, é uma coisa que você precisa ler para descobrir, mas
os personagens que cercam as duas personagens se interligam.
Mesmo com tantas pessoas,
consegui identificar um protagonista. Eu realmente achei que seria Nel, mas
transferir isso para sua irmã. Em grande parte dos seus capítulos, Jules parece
estar tento uma "conversa interna" com sua irmã. Ela conta para os
leitores sobre a infância delas, mais exatamente sobre fatos que aconteceram 12
anos antes e que influenciaram diretamente na relação das duas. Os personagens
e suas tramas foram bem construidos, mais elas foi a única com quem tive tempo
de criar empatia. Aliás, o fato da autora ter aprofundado questões individuais
de alguns desses narradores, pode ter sido um dos fatores que me passou essa
sensação de que Nel não era suficiente para carregar um livro.
Se você gosta de suspense e
esta sem o que ler no momento, pegue Em águas sombrias. Será uma leitura rápida
e agradável. Caso você tenha lido outro livro da autora, segure a sua
expectativa para uma melhor experiência.
O livro
conta a história de Luce, uma garota que é mandada para um reformatório por
causa de um possível assassinato, causado por um incêndio onde tudo apontava
para ela como culpada. Desde pequena, Luce é assombrada por sombras, mas não
sabe o que fazer pra lidar com elas. No reformatório Luce conhece algumas
pessoas bem estranhas, mas a maior surpresa é o tal do Daniel Griggori, que em
um primeiro contato já é bem rude com ela. E também há Cam, um cara que a
fascina e que parece estar interessado nela.
Eu gostei
bastante das partes de romance e da pequena parte que mostra sobre os anjos em
si (demora, mas eles aparecem!). Não gostei da Luce ser tão ingênua (ou seria
idiota?) por pensar que só existe um mundo, uma vida. A história deixa muito a
desejar no quesito progressão, mas eu acho (espero, na verdade) que a causa
disso seja porque é o primeiro livro de uma trilogia, uma introdução pro que
vai acontecer nos próximos livros.
O livro está
entre bom e muito bom. Não chega a ser muito bom porque eu achei a Luce muito
dramática pra pouca coisa. E também porque ficou muita coisa em aberto como por
exemplo qual é o verdadeiro objetivo de Cam. Ele parece realmente gostar dela,
mas às vezes ele é nonsense. O Daniel é bem misterioso e achei legal as partes que
a Luce procura coisas sobre ele.
Quem
é amante dos livros sabe que dificilmente um filme supera a emoção da leitura.
Não é o caso de Estrelas Além do Tempo baseado no livro do mesmo nome da
escritora Margot Lee Shetterly que retrata a história de 3 mulheres
afro-americanas que trabalham na Nasa e lutam para serem reconhecidas como
profissionais.Os fatos narrados aconteceram na década de 1960, quando os
Estados Unidos tentavam superar a União Soviética na corrida para chegar a Lua.
Yuri Gagarin
já havia circulado ao redor da Terra e os norte-americanos ainda estavam
empacados nos cálculos. Era preciso alguém que realmente calculasse com a
máxima eficiência.
Surge então a
cientista Katherine Johnson, um gênio em cálculos, mas para o padrão da época
ela tinha um defeito: era negra. Você acompanha no livro e no filme, a
trajetória dessa mulher brilhante para provar a sua genialidade. As
dificuldades passam pelo acesso ao banheiro e a uma xícara de café. Fatos
pequenos, mas por isso mesmo revoltante.
Em uma das
cenas mais memoráveis, o astronauta John Glenn, que morreu aos 95 anos, só
aceita tripular a Friendship 7 ao redor da Terra se ela fizesse os cálculos de
onde ele iria pousar.
(Foto: Harper Collins)
Como é triste
ver uma mulher ser menosprezada pela sua cor. Dorothy Vaughan comanda um grupo
de negras especialistas em cálculos e sonha em ser supervisora, mas o cargo
sempre foge de suas mãos por causa da cor. Eficiente e determinada, ela percebe
que ninguém consegue colocar para funcionar o gigante computador da IBM. Ela se
coloca a frente e faz a máquina fazer os cálculos. Depois de anos de
luta, ela se torna a primeira mulher negra a ocupar o cargo de supervisora da
Nasa.
Mary Jackson
também tem que lutar para estudar em uma universidade e se tornar a primeira
engenheira negra da Nasa. A conquista passa por ações judiciais e muito talento
na hora de convencer um juiz. Detalhes você terá lendo o livro ou assistindo o
filme.
Todo o Cachorro
existe por uma Razão. Entenda a Reencarnação no Mundo Animal.
O livro 4 Vidas de Um Cachorro
(A Dog’s Purpose), escrito pelo autor estadunidense W. Bruce Cameron, não é
mais uma história clichê sobre cães e seus donos. Fofura, momentos de alegria e
tristeza, dificuldades e morte. Quando se pensa em uma obra literária ou filme
com cães logo vem a cabeça Marley & Eu, um sucesso claro, apesar de Marley
ser baseado em fatos, quatro vidas consegue ser verossímil quanto aos sentimentos
humanos e caninos. Quatro vidas, quatro
oportunidades e diversos ensinamentos. Na primeira encarnação e ao longo dos
primeiros capítulos seguimos a vivência de um filhote selvagem e sua matilha,
logo de inicio o Cameron consegue guiar a história de maneira interessante: a
narração em primeira pessoa é ingênua, engraçada e de uma maneira singularmente
canina.
É um livro ótimo para quem
gosta do gênero de drama e comédia, além de bastante equilibrado, conquista o
leitor do inicio ao fim. As horas de leitura parecem minutos, o fluxo da trama
é simples, inusitado e específico.
Em sua primeira vida um
vira-lata, na segunda é o Bailey cachorro do garoto Ethan, na terceira Ellie
uma cadela policial e por fim Amigão (Buddy). De fato o ator não coloca nada
muito religioso no livro e torna a ambientação agradável, claro que o narrador
se questiona o porquê da encarnação e seus objetivos, o que acontece raramente.