Caraval - Stephanie Garber

Tem alguns meses que a sinopse de Caraval me deixou morrendo de curiosidade em saber como se desenrolaria essa história, mas aqui temos aquele caso clássico de expectativa vs. realidade. Apesar da premissa interessante, a trama é pobre em nuances e tenta se sustentar num romance instalove que você já previu desde o início do livro. Tudo se passa em um universo fantástico mal desenvolvido e explorado, com um sistema de magia confuso em que ninguém sabe nada sobre nada. O próprio Caraval, que é um tipo de jogo de caça ao tesouro, é mal planejado pela autora, onde as pistas que deveriam ser dificílimas de achar caem de paraquedas no colo da protagonista. Sem contar que você tem um vislumbre dos outros competidores apenas no primeiro dia, porque depois todos eles somem da história do nada, pareceu que só a Scarlett e o Julian estavam competindo no Caraval. E aquele final super anti-climático está para entrar na lista dos piores finais de livros que eu já li. O que poderia ser um final até corajoso e interessante vira uma cafonice idiota, a explicação de tudo é chocha, e você percebe que passou raiva o livro inteiro para - pausa dramática - nada. Nem o cliffhanger consegue dar vontade de ler o próximo livro.

Scarlett não é tão ruim no início, mas aos poucos ela vai se mostrando ser aquela personagem que você tem vontade de sacudir pelos ombros e perguntar: "cara, você é burra?". Foi difícil não revirar os olhos todas as vezes que ela falava que precisava voltar para o seu casamento com o conde e sempre que ela tomava alguma decisão idiota (e não foram poucas vezes). Além dela ser aquela personagem que esquece até o próprio nome quando vê um cara sem camisa. Tella era a última coisa que passava pela cabeça de Scarlett sempre que ela via o tanquinho do Julian. Sua habilidade de ver emoções através de cores não tem serventia nenhuma pra história, outra aspecto mal feito jogado no meio de tudo. Falando em Julian, ele é aquele cara feito para ser o crush dos leitores, mas tenho certeza que você já viu Julians iguais em outros zilhões de livros por aí, então acaba sendo imune aos encantos dele e só quer que aquele instalove acabe logo. Logo no início da história eu já queria que Tella fosse a protagonista, porque ela era mais irreverente, segura de si, aventureira, mas já adianto que até ela a autora conseguiu estragar no final das contas. Sem comentários para o pai das meninas e o conde com quem Scarlett iria se casar, tudo aquilo foi uó.

Para não ser totalmente negativa com a história, devo dizer que ela pelo menos conseguiu me manter interessada o suficiente para ler até o final, mesmo assim só porque eu queria saber mesmo como aquela trama mal feita iria terminar. Eu queria ter gostado desse livro, mas é impossível levar a sério uma história que não me entrega nada do que havia prometido e ainda acaba se desconstruindo no fim das contas.

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