A Garota Corvo - Erik Axl Sund

Tudo começa em um parque da cidade de Estocolmo, onde o corpo de um menino é encontrado. A detetive superintendente Jeanette Kihlberg lidera a investigação, lutando contra um promotor apático e uma força policial burocrática que não quer dedicar recursos para resolver o assassinato de uma criança imigrante. Todavia, com a descoberta dos cadáveres mutilados de mais duas crianças, fica claro que um serial killer está à solta. Kihlberg procura a psicóloga Sofia Zetterlund, uma especialista em recuperar crianças que sofreram violência e as vidas das duas mulheres se entrelaça de forma quase instantânea profissional e pessoalmente. À medida que se aproximam da verdade sobre os assassinatos, as duas vão aos poucos perceber que os crimes escondem um mal subterrâneo que parece abraçar toda sociedade sueca. Na veia da série Millenium, A Garota-Corvo é um thriller sombrio e de tirar o fôlego, e uma investigação dos recantos mais sombrios da mente humana.

Nossa história de passa na Suécia, quando crianças estrangeiras são "desovadas" em diferentes lugares da cidade de Estocolmo - apresentando diversos sinais de tortura, entre eles a castração; A policial Jeanette Kihlberg é designada para o caso. Enfrentando muita dificuldade entre seus colegas de trabalho e da população sueca, que não dispensam muita atenção ao caso, ela se esforça para determinar as mortes cruéis e encontrar o peculiar assassino. Em busca de uma luz sobre o criminoso e as próprias crianças, Jeanette procura Sofia Zetterlund - uma famosa psicóloga acostumada a trabalhar com crianças vítimas de violência. As duas apresentam uma forte ligação e logo ficam íntimas, enquanto o caso avança elas percebem uma rede de fatos bizarros, envolvendo crianças, seitas e políticos. Eu sou apaixonada pela trilogia Millenium, por isso me empolguei ao ler a sinopse de A Garota Corvo. Não me decepcionei, é uma ótima leitura, mas a decisão da editora de publicar a trilogia original em um único volume de quase 600 páginas me cansou um pouco.

Jeanette compõe a terceira geração de policiais de sua família, apesar de não ser o que seus pais tinham em mente para ela, Jeanette não se imagina fazendo outra coisa. Workaholic e sempre tensa, ela se esforça mais do que o normal para conseguir trabalhar com uma força policial e uma promotoria machista, corrupta e desinteressada. Ela ainda é a provedora de seu lar, e trabalha muito para sustentar o filho pré-adolescente e o marido "artista", que nunca está disposto a trabalhar em seus quadros. Apesar da firmeza passada por Jeanette, o meu interesse claro foi todo para a personagem de Sofia, uma psicóloga entediada, disposta a trabalhar em casos supérfluos para se manter e sofrendo por um casamento há muito acabado. Ao conhecer Jeanette ela se dispõe a ajudar a traçar o perfil do assassino e buscar informações sobre as crianças. Em meio a narração de nossas duas protagonistas, ainda podemos encontrar relatos em primeira pessoa feitos por Vitória Bergman e pela Garota Corvo, duas garotas para lá de perturbadas e traumatizadas por traumas infantis que crescem como sombras enormes em suas pobres almas. 

A capa é instigante apenas para quem não conhece a história e até nesse quesito ela me parece "fraca". A diagramação é polida, embora a fonte seja um pouco menor do que me é confortável, o livro é grosso e pesado e muito desconfortável para ler e carregar por ai. A escrita de Erik - que descobri ser o pseudônimo de dois autores, Jerker Eriksson e Hakan Axlander Sundquist é fluida e curiosa, os dois te envolvem durante toda a leitura e mistérios do caso, e o livro na verdade só se torna cansativo por sua extensão, eu gostaria sim de parar, respirar e então pegar a continuação um tempinho depois.

Foi uma ótima leitura, apesar de que em alguns pontos o mistério ter sido ligeiramente previsível, em sua maior parte a trama surpreende pela criatividade e pelas reviravoltas. A comparação com Millenium é justa pelo ambiente, e tipagem de gênero - embora os autores tenham cernes muito diferentes, o que me agradou e surpreendeu em uma série não necessariamente se compara ao que gostei na outra; Assim como as protagonistas são intrincadas e interessantes de forma muito diferente. É certo supor que quem gostou da série Millenium iria se dar muito bem lendo a Garota Corvo, mas sem comparar as obras em si.


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