Tudo começa em um
parque da cidade de Estocolmo, onde o corpo de um menino é encontrado. A
detetive superintendente Jeanette Kihlberg lidera a investigação, lutando
contra um promotor apático e uma força policial burocrática que não quer
dedicar recursos para resolver o assassinato de uma criança imigrante. Todavia,
com a descoberta dos cadáveres mutilados de mais duas crianças, fica claro que
um serial killer está à solta. Kihlberg procura a psicóloga Sofia Zetterlund, uma
especialista em recuperar crianças que sofreram violência e as vidas das duas
mulheres se entrelaça de forma quase instantânea profissional e pessoalmente. À
medida que se aproximam da verdade sobre os assassinatos, as duas vão aos
poucos perceber que os crimes escondem um mal subterrâneo que parece abraçar
toda sociedade sueca. Na veia da série Millenium, A Garota-Corvo é um thriller
sombrio e de tirar o fôlego, e uma investigação dos recantos mais sombrios da
mente humana.
Nossa história de
passa na Suécia, quando crianças estrangeiras são "desovadas" em
diferentes lugares da cidade de Estocolmo - apresentando diversos sinais de
tortura, entre eles a castração; A policial Jeanette Kihlberg é designada para
o caso. Enfrentando muita dificuldade entre seus colegas de trabalho e da
população sueca, que não dispensam muita atenção ao caso, ela se esforça para
determinar as mortes cruéis e encontrar o peculiar assassino. Em busca de uma
luz sobre o criminoso e as próprias crianças, Jeanette procura Sofia Zetterlund
- uma famosa psicóloga acostumada a trabalhar com crianças vítimas de
violência. As duas apresentam uma forte ligação e logo ficam íntimas, enquanto
o caso avança elas percebem uma rede de fatos bizarros, envolvendo crianças,
seitas e políticos. Eu sou apaixonada pela trilogia Millenium, por isso me
empolguei ao ler a sinopse de A Garota Corvo. Não me decepcionei, é uma ótima
leitura, mas a decisão da editora de publicar a trilogia original em um único
volume de quase 600 páginas me cansou um pouco.
Jeanette compõe a
terceira geração de policiais de sua família, apesar de não ser o que seus pais
tinham em mente para ela, Jeanette não se imagina fazendo outra coisa.
Workaholic e sempre tensa, ela se esforça mais do que o normal para conseguir
trabalhar com uma força policial e uma promotoria machista, corrupta e
desinteressada. Ela ainda é a provedora de seu lar, e trabalha muito para
sustentar o filho pré-adolescente e o marido "artista", que nunca
está disposto a trabalhar em seus quadros. Apesar da firmeza passada por Jeanette,
o meu interesse claro foi todo para a personagem de Sofia, uma psicóloga
entediada, disposta a trabalhar em casos supérfluos para se manter e sofrendo
por um casamento há muito acabado. Ao conhecer Jeanette ela se dispõe a ajudar
a traçar o perfil do assassino e buscar informações sobre as crianças. Em meio
a narração de nossas duas protagonistas, ainda podemos encontrar relatos em
primeira pessoa feitos por Vitória Bergman e pela Garota Corvo, duas garotas
para lá de perturbadas e traumatizadas por traumas infantis que crescem como
sombras enormes em suas pobres almas.
A capa é instigante
apenas para quem não conhece a história e até nesse quesito ela me parece
"fraca". A diagramação é polida, embora a fonte seja um pouco menor
do que me é confortável, o livro é grosso e pesado e muito desconfortável para
ler e carregar por ai. A escrita de Erik - que descobri ser o pseudônimo de
dois autores, Jerker Eriksson e Hakan Axlander Sundquist é fluida e curiosa, os
dois te envolvem durante toda a leitura e mistérios do caso, e o livro na
verdade só se torna cansativo por sua extensão, eu gostaria sim de parar,
respirar e então pegar a continuação um tempinho depois.
Foi uma ótima
leitura, apesar de que em alguns pontos o mistério ter sido ligeiramente
previsível, em sua maior parte a trama surpreende pela criatividade e pelas
reviravoltas. A comparação com Millenium é justa pelo ambiente, e tipagem de
gênero - embora os autores tenham cernes muito diferentes, o que me agradou e surpreendeu
em uma série não necessariamente se compara ao que gostei na outra; Assim como
as protagonistas são intrincadas e interessantes de forma muito diferente. É
certo supor que quem gostou da série Millenium iria se dar muito bem lendo a
Garota Corvo, mas sem comparar as obras em si.
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