O livro se foca na vida
cotidiana de Coraline ao tentar se adaptar a mudança para uma nova
cidade e consequentemente uma nova casa - uma pensão e seus estranhos
moradores. Depois de alguns dias, ela se depara com um a porta para outro
mundo, muito semelhante ao seu, porém muito mais divertido e interessante. A
premissa geral de Coraline me fez lembrar muito de Alice no País das
Maravilhas, mas com elementos mais macabros.
Coraline é uma garota pré-adolescente
comum até certo ponto - corajosa, determinada, um pouco excêntrica, no
íntimo se mostra muito carente e suas vontades durante a trama são na verdade
muito simples. Ela acaba se envolvendo com o "outro mundo" por
puro tédio, amadurece rápido e usa muito bem seu maior trunfo, esperteza.
Apesar de comum, ela me foi uma personagem cativante, o livro é curto e não há
um motivo especial para gostar dela, mas ela simplesmente me marcou.
Meu personagem preferido talvez seja o único que não precisava de grandes detalhes, suas aparições foram perfeitas e não melhores por serem poucas, ele aparentemente não tinha nome, então vou chamá-lo pelo que ele é, um gato. Temos personagens interessantes, como os moradores da casa - o Palácio Cor de Rosa é dividido em três "moradias", as senhoras Spinx e Forcible moram no porão, são artistas aposentadas em idade avançada e de discernimento precário. No sotão vive o Sr Bobinsky - recluso adorador de queijos e treinador de camundongos consegue ser mais estranho que as criaturas do "outro mundo".
Os pais de Coraline, e a "Outra mãe" são descritos em duas linhas, uma pena, principalmente no caso dessa última, que tinha um enorme potencial não explorado - e era, diga-se de passagem, muito assustadora.
A história é muito boa,
criativa, um pouco bizarra, se você pensar bem, deliciosa de se ler, mesmo que
um pouco infantil. De qualquer foram como um livro infanto-juvenil, ele é muito
bom, e um dos meus preferidos no nicho em que se encaixa, tanto quanto ao tema,
quanto a faixa-etária prevista para ele.
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