Proibido - Tabitha Suzuma

Cinco anos atrás, o pai dos irmãos Whitely saiu de casa para ir morar com uma mulher mais nova na Alemanha. A mãe deles se tornou uma alcoólatra e uma mãe irresponsável, deixando os filhos mais novos aos cuidados dos mais velhos, Lochan e Maya, de 17 e 16 anos, respectivamente, e é nessa convivência nem um pouco comum que ambos percebem sentir um pelo outro algo além do amor fraternal entre irmãos.

O tema tratado nesse livro é um grande tabu e bem difícil de ser trabalhado, mas a autora conseguiu construir sua história de forma sensível e crível, nos inserindo na situação em que essas duas pessoas se encontram e nos fazendo acreditar naquele sentimento que eles têm um pelo outro. Ela também nos traz várias reflexões sobre o tema, que nos fazem ficar pensando sobre o assunto durante e depois da leitura. Acredito que para entender realmente tudo o que ela quis nos demonstrar com isso, é preciso ler o livro e sentir todo o impacto que Proibido pode nos proporcionar. O final me pegou completamente de surpresa e ainda não consegui superá-lo.

Conseguimos nos apegar com facilidade a Lochan e Maya. Eles passam por maus bocados para conseguir proteger os irmãos das autoridades, conseguir conciliar seus estudos com os cuidados com os mais novos e, além de tudo isso, lidar com os sentimentos que nutrem um pelo outro. Lochan é um garoto bem antissocial, que não consegue conversar com as pessoas, principalmente as da idade dele. Na escola, ele sempre fica retraído num canto, nunca responde os professores e passa muito mal quando é colocado em destaque em alguma situação. Já em casa, com os irmãos, ele consegue ser ele mesmo, tenta estabelecer um pouco de autoridade, principalmente sobre o irmão do meio que está numa fase rebelde. Maya já é mais sociável e tem amigos, mesmo que não consiga se abrir com eles (seu melhor amigo sempre foi Lochan). Juntos eles tentam suprir a ausência da mãe, que nunca está em casa, mesmo esse fardo sendo bem pesado para dois adolescentes carregarem.

Os irmãos dos protagonistas também têm bastante destaque na história. A mais nova, Willa, é uma fofa, mas sempre sente falta de atenção. Tiffin, o segundo mais novo, também é uma graça, mesmo que esteja entrando numa fase bem “moleque”. Já Kit, o do meio, está passando por um período de rebeldia que o faz ser o mais difícil de lidar. Quanto a mãe deles, ela teoricamente mora na casa deles, mas passa cada vez menos tempo em casa com os filhos, já que arranjou um namorado novo (dono do restaurante onde trabalha) e, certas vezes, passa dias na casa dele sem nem dar notícias. Além de deixar claro várias vezes que ela nunca quis aquelas crianças e que cada uma delas foi um erro. Sim, ela é insuportável.

Esse foi um livro que me marcou bastante, principalmente pela forma em que eu me liguei aos personagens e me preocupei com eles. Para vocês terem uma ideia, o livro acabou e eu fiquei me perguntando o que um certo personagem pode estar passando e pensando sobre si mesmo depois de um determinado acontecimento - e ele nem é uma pessoa real! Realmente mexeu muito comigo e tenho certeza que ainda vou pensar nesse livro por muito tempo.

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